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Sorte
Mulher de São Lourenço do Sul sobrevive a naufrágio no mar do Caribe
Pelo menos 13 passageiros da lancha morreram no acidente; Dulce Blank é uma dos 21 sobreviventes
"Levantei as mãos para o céu e agradeci que a minha filha estava viva, estava bem".
Assim Leny Bammann descreveu a reação ao saber que sua filha Dulce Blank, 50, havia sobrevivido ao naufrágio de uma lancha no mar do Caribe neste sábado (23), quando 13 turistas morreram.
Leny teve o último contato com a filha no mesmo dia do acidente, mas na manhã deste domingo foi questionada sobre o caso por um amigo e recorreu à internet para saber do que se tratava. O contato telefônico com Dulce foi possível somente horas mais tarde, através de um amigo, já que no acidente ela perdeu celular e documentos no mar. "Minha filha Janete que mora em Pelotas conseguiu falar com a irmã [Dulce] através do celular de um colega, ela perdeu tudo no passeio, não tem celular nem documentos", disse a mãe ainda apreensiva. "Estou louca para ouvir a voz dela", completou.
A lourenciana contou para a irmã que o acidente foi "horrível, com ondas de três metros de altura". Quando o barco virou, Dulce ficou sob a embarcação, o colete salva-vidas não ajudou muito, mas ela conseguiu chegar até a lateral da lancha, onde segurou firme. Questionada pela reportagem sobre como foi o resgate, Leny não tinha a informação.
O último post de Dulce no Facebook é de sábado e mostra ela passeando nos areais de uma praia com a seguinte frase: "Para viajar... Basta existir".
Dulce reside na cidade de Santa Ana, Costa Rica, há dez anos, e há 26 deixou o Brasil para casar após concluir os estudos na Furg, no Rio Grande. Ela teve três filhos no exterior - dois já adultos e um adolescente. Dulce é diretora do Centro de Estudos Brasileiros (CEB), onde divulga a língua portuguesa e a cultura brasileira. "Os filhos estão muito preocupados, são muito apegados a mãe, ela é uma mãe maravilhosa", disse a avó dos jovens, que também destacou que a filha é muito "conhecida e bem quista" na Costa Rica, onde é chamada de "loira".
Leny passou as festas de final de ano com a filha na Nicarágua e já pensa em retornar à América Central. "Se eu não voltar em seguida para ver a minha filha, a Janete vai, uma de nós duas tem que ir depois dessa grande ajuda de Deus", destacou.
O acidente
A lancha tinha 34 pessoas a bordo e todos os turistas mortos eram cidadãos da Costa Rica, a maioria mulheres. Os corpos e os sobreviventes foram levados para a ilha vizinha de Corn Island. Além da brasileira, 13 costarriquenhos, dois britânicos, dois americanos e três nicaraguenses saíram do acidente com vida.
Segundo uma investigação preliminar, a embarcação virou em consequência dos fortes ventos. O capitão do barco, Hilario Blandón, e seu ajudante, ambos nicaraguenses, foram detidos na chegada a Corn Island. Os dois serão acusados pelos crimes de homicídio culposo e exposição de pessoas ao perigo, de acordo com o vice-comandante de polícia Francisco Díaz.
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